terça-feira, 6 de janeiro de 2015
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
Casamento
Naquela noite, enquanto minha esposa servia o jantar, eu segurei sua mão e
disse: "Tenho algo importante para te dizer". Ela se sentou e jantou sem
dizer uma palavra. Pude ver sofrimento em seus olhos.
De repente, eu também fiquei sem palavras. No entanto, eu tinha que dizer a
ela o que estava pensando. Eu queria o divórcio. E abordei o assunto
calmamente.
Ela não parecia irritada pelas minhas palavras e simplesmente perguntou em
voz baixa: "Por quê?".
Eu evitei respondê-la, o que a deixou muito brava. Ela jogou os talheres
longe e gritou "você não é homem!" Naquela noite, nós não conversamos mais.
Pude ouvi-la chorando. Eu sabia que ela queria um motivo para o fim do
nosso casamento. Mas eu não tinha uma resposta satisfatória para esta
pergunta. O meu coração não pertencia a ela mais e sim a Jane. Eu
simplesmente não a amava mais, sentia pena dela.
Me sentindo muito culpado, rascunhei um acordo de divórcio, deixando para
ela a casa, nosso carro e 30% das ações da minha empresa.
Ela tomou o papel da minha mão e o rasgou violentamente. A mulher com quem
vivi pelos últimos 10 anos se tornou uma estranha para mim. Eu fiquei com
dó deste desperdício de tempo e energia, mas eu não voltaria atrás do que
disse pois amava a Jane profundamente. Finalmente ela começou a chorar alto
na minha frente, o que já era esperado. Eu me senti libertado enquanto ela
chorava. A minha obsessão por divórcio nas últimas semanas finalmente se
materializava e o fim estava mais perto agora.
No dia seguinte, eu cheguei em casa tarde e a encontrei sentada na mesa
escrevendo. Eu não jantei, fui direto para a cama e dormi imediatamente,
pois estava cansado depois de ter passado o dia com a Jane.
Quando acordei no meio da noite, ela ainda estava sentada à mesa,
escrevendo Eu a ignorei e voltei a dormir.
Na manhã seguinte, ela me apresentou suas condições: ela não queria nada
meu mas pedia um mês de prazo para conceder o divórcio. Ela pediu que
durante os próximos 30 dias a gente tentasse viver juntos de forma mais
natural possível. As suas razões eram simples: o nosso filho faria seus
exames no próximo mês e precisava de um ambiente propício para preparar-se
bem, sem os problemas de ter que lidar com o rompimento de seus pais.
Isso me pareceu razoável, mas ela acrescentou algo mais. Ela me lembrou do
momento em que eu a carreguei para dentro da nossa casa no dia em que nos
casamos e me pediu que durante os próximos 30 dias eu a carregasse para
fora da casa todas as manhãs. Eu então percebi que ela estava completamente
louca mas aceitei sua proposta para não tornar meus próximos dias ainda
mais intoleráveis.
Eu contei para a Jane sobre o pedido da minha esposa e ela riu muito e
achou a idéia totalmente absurda. "Ela pensa que impondo condições assim
vai mudar
alguma coisa; melhor ela encarar a situação e aceitar o divórcio", disse
Jane em tom de gozação.
Minha esposa e eu não tínhamos nenhum contato físico havia muito tempo,
então quando eu a carreguei para fora da casa no primeiro dia, foi
totalmente estranho. Nosso filho nos aplaudiu dizendo "O papai está
carregando a mamãe no colo!" Suas palavras me causaram constrangimento.
Do quarto para a sala, da sala para a porta de entrada da casa, eu devo ter
caminhado uns 10 metros carregando minha esposa no colo. Ela fechou os
olhos e disse baixinho "Não conte para o nosso filho sobre o divórcio" Eu
balancei a cabeça mesmo discordando e então a coloquei no chão assim que
atravessamos a porta de entrada da casa. Ela foi pegar o ônibus para o
trabalho e eu dirigi para o escritório.
No segundo dia, foi mais fácil para nós dois. Ela se apoiou no meu peito,
eu senti o cheiro do perfume que ela usava. Eu então percebi que há muito
tempo não prestava atenção a essa mulher. Ela certamente tinha envelhecido
nestes últimos 10 anos, havia rugas no seu rosto, seu cabelo estava ficando
fino e grisalho. O nosso casamento teve muito impacto nela. Por uns
segundos, cheguei a pensar no que havia feito para ela estar neste estado.
No quarto dia, quando eu a levantei, senti uma certa intimidade maior com o
corpo dela. Esta mulher havia dedicado 10 anos da vida dela a mim.
No quinto dia, a mesma coisa. Eu não disse nada a Jane, mas ficava a cada
dia mais fácil carregá-la do nosso quarto à porta da casa. Talvez meus
músculos estejam mais firmes com o exercício, pensei.
Certa manhã, ela estava tentando escolher um vestido. Ela experimentou uma
série deles, mas não conseguia achar um que servisse. Com um suspiro,
ela disse "Todos os meus vestidos estão grandes para mim". Eu então percebi
que ela realmente havia emagrecido bastante, daí a facilidade em carregá-la
nos últimos dias.
A realidade caiu sobre mim com uma ponta de remorso... ela carrega tanta
dor e tristeza em seu coração..... Instintivamente, eu estiquei o braço e
toquei seus cabelos.
Nosso filho entrou no quarto neste momento e disse "Pai, está na hora de
você carregar a mamãe". Para ele, ver seu pai carregando sua mão todas as
manhãs tornou-se parte da rotina da casa. Minha esposa abraçou nosso filho
e o segurou em seus braços por alguns longos segundos. Eu tive que sair de
perto, temendo mudar de idéia agora que estava tão perto do meu objetivo.
Em seguida, eu a carreguei em meus braços, do quarto para a sala, da sala
para a porta de entrada da casa. Sua mão repousava em meu pescoço. Eu a
segurei firme contra o meu corpo. Lembrei-me do dia do nosso casamento.
Mas o seu corpo tão magro me deixou triste. No último dia, quando eu a
segurei em meus braços, por algum motivo não conseguia mover minhas pernas.
Nosso filho já tinha ido para a escola e eu me vi pronunciando estas
palavras: "Eu não percebi o quanto perdemos a nossa intimidade com o
tempo".
Eu não consegui dirigir para o trabalho.... fui até o meu novo futuro
endereço, saí do carro apressadamente, com medo de mudar de idéia...Subi as
escadas e bati na porta do quarto. A Jane abriu a porta e eu disse a ela
Desculpe, Jane. Eu não quero mais me divorciar".
Ela olhou para mim sem acreditar e tocou na minha testa "Você está com
febre?" Eu tirei sua mão da minha testa e repeti "Desculpe, Jane. Eu não
vou me divorciar. Meu casamento ficou chato porque nós não soubemos
valorizar os pequenos detalhes da nossa vida e não por falta de amor. Agora
eu percebi que desde o dia em que carreguei minha esposa no dia do nosso
casamento para nossa casa, eu devo segurá-la até que a morte nos separe.
A Jane então percebeu que era sério. Me deu um tapa no rosto, bateu a porta
na minha cara e pude ouvi-la chorando compulsivamente. Eu voltei para o
carro e fui trabalhar.
Na loja de flores, no caminho de volta para casa, eu comprei um buquê de
rosas para minha esposa. A atendente me perguntou o que eu gostaria de
escrever no cartão. Eu sorri e escrevi: "Eu te carregarei em meus braços
todas as manhãs até que a morte nos separe".
Naquela noite, quando cheguei em casa, com um buquê de flores na mão e um
grande sorriso no rosto, fui direto para o nosso quarto onde encontrei
minha esposa deitada na cama - morta. Minha esposa estava com câncer e
vinha se tratando a vários meses, mas eu estava muito ocupado com a Jane
para perceber que havia algo errado com ela.
Ela sabia que morreria em breve e quis poupar nosso filho dos efeitos de um
divórcio - e prolongou a nossa vida juntos proporcionando ao nosso filho a
imagem de nós dois juntos toda manhã. Pelo menos aos olhos do meu filho, eu
sou um marido carinhoso.
Os pequenos detalhes de nossa vida são o que realmente contam num
relacionamento. Não é a mansão, o carro, as propriedades, o dinheiro no
banco. Estes bens criam um ambiente propício a felicidade mas não
proporcionam mais do que conforto. Portanto, encontre tempo para ser amigo
de sua esposa, faça pequenas coisas um para o outro para mantê-los próximos
e íntimos. Tenham um casamento real e feliz!
terça-feira, 26 de julho de 2011
Os vários tipos de amor!
Parece-me que podemos, com maior razão, distinguir o amor em função da estima que temos pelo que amamos, em comparação com nós mesmos. Pois quando estimamos o objeto do nosso amor menos que a nós mesmos, temos por ele apenas uma simples afeição; quando o estimamos tanto quanto a nós mesmos, a isso se chama amizade; e quando o estimamos mais, a paixão que temos pode ser denominada como devoção. Assim, podemos ter afeição por uma flor, por um pássaro, por um cavalo; porém, a menos que o nosso espírito seja muito desajustado, apenas por seres humanos podemos ter amizade. E de tal maneira eles são objeto dessa paixão que não há homem tão imperfeito que não possamos ter por ele uma amizade muito perfeita, quando pensamos que somos amados por ele e quando temos a alma verdadeiramente nobre e generosa.
Quanto à devoção, o seu principal objeto é sem dúvida a soberana divindade, da qual não poderíamos deixar de ser devotos quando a conhecemos como se deve conhecer. Mas também podemos ter devoção pelo nosso príncipe, pelo nosso país, pela nossa cidade, e mesmo por um homem particular quando o estimamos muito mais que a nós mesmos. Ora, a diferença que há entre esses três tipos de amor manifesta-se principalmente pelos seus efeitos; pois, como em todos nos consideramos juntos e unidos à coisa amada, estamos sempre dispostos a abandonar a menor parte do todo que compomos com ela, para conservar a outra.
Isto leva-nos, na simples afeição, a sempre nos preferirmos ao que amamos; e, na devoção, ao contrário, a preferirmos a coisa amada e não a nós mesmos, de tal forma que não hesitamos em morrer para a conservar. Frequentemente se viram exemplos disso, nos que se expuseram à morte certa para defender o seu príncipe ou a sua cidade, e mesmo às vezes pessoas particulares às quais se tinham devotado por inteiro.
René Descartes, in 'As Paixões da Alma'
quarta-feira, 20 de julho de 2011
A Inconstância no Amor e na Amizade
Não pretendo justificar aqui a inconstância em geral, e menos ainda a que vem só da ligeireza; mas não é justo imputar-lhe todas as transformações do amor. Há um encanto e uma vivacidade iniciais no amor que passa insensivelmente, como os frutos; não é culpa de ninguém, é culpa exclusiva do tempo. No início, a figura é agradável, os sentimentos relacionam-se, procuramos a doçura e o prazer, queremos agradar porque nos agradam, e tentamos demonstrar que sabemos atribuir um valor infinito àquilo que amamos; mas, com o passar do tempo, deixamos de sentir o que pensávamos sentir ainda, o fogo desaparece, o prazer da novidade apaga-se, a beleza, que desempenha um papel tão importante no amor, diminui ou deixa de provocar a mesma impressão; a designação de amor permanece, mas já não se trata das mesmas pessoas nem dos mesmos sentimentos; mantêm-se os compromissos por honra, por hábito e por não termos a certeza da nossa própria mudança.
Que pessoas teriam começado a amar-se, se se vissem como se vêem passados uns anos? E que pessoas se poderiam separar se voltassem a ver-se como se viram a primeira vez? O orgulho, que é quase sempre senhor dos nossos gostos, e que nunca está saciado, sentir-se-ia infinitamente lisonjeado por um novo prazer; a constância perderia o seu mérito: deixaria de fazer parte de uma ligação tão agradável, os favores actuais teriam o sabor dos primeiros favores e as recordações não fariam a menor diferença; a inconstância seria desconhecida e as pessoas amar-se-iam sempre com o mesmo prazer, porque teriam sempre os mesmos motivos para se amarem. As transformações da amizade têm mais ou menos as mesmas causas que as transformações do amor: as suas regras são muito semelhantes. Se um tem mais alegria e prazer, a outra deve ser mais serena e mais severa porque nada perdoa; mas o tempo, que muda o humor e os interesses, destrói-os quase do mesmo modo. Os homens são demasiado fracos e demasiado mutáveis para suportar muito tempo o peso da amizade. A Antiguidade deu-nos os exemplos; mas no tempo em que vivemos, pode afirmar-se que é ainda menos impossível encontrar um amor verdadeiro do que uma verdadeira amizade.
La Rochefoucauld, in 'Reflexões'
segunda-feira, 11 de julho de 2011
Jogo do ficar contente
No filme “Poliana”, onde a personagem principal é uma criança de nome Poliana, chega a uma cidadezinha para morar com sua tia que é rica e de personalidade muito forte. Aos poucos a garota com seu jeito levado e simples consegue modificar o ânimo da casa e de pessoas que a rodeiam e da cidade.
Com seu modo de pensar diferente e espontâneo consegue conquistar amizade de todos da cidade e também a modificar a vida deles de forma significativa mas de uma forma muito simples, singela mas que faz total diferença.
Poliana mostrava que temos que nos alegrarmos com e por qualquer coisa, que temos inúmeras razões para estarmos felizes. Dizia que se procurarmos o bem nas pessoas vamos encontra-la e na bíblia existem 800 situações que nos ensinam a ficar felizes e um de seus amigos que nada mais nada menos é do que o reverendo da cidade diz que existem 820 situações, portanto, não temos motivos pra não ficarmos alegres.
Uma garota com tantos amigos e com tanta alegria sempre estava radiante de alegria e passava tudo de bom e positivo para quem se aproximasse dela, muito querida e amada por todos mas ela ainda não tinha vencido o desafio alegrar também a sua tia.
Num dia de festa na cidade Poliana volta pra casa com uma boneca onde ganhou num joguinho mas não quer ser vista por sua tia que esta na sala,, Poliana tem a idéia de subir pela arvore até seu quarto e coloca a boneca entre os dentes para poder subir e durante o trajeto já na janela ela cai e quebra as duas pernas. Poliana fica tão triste que sua tia fica preocupada e chama o reverendo para conversar com ela e então todos os amigos vão visita-la e dizer o quanto ela foi importante em suas vidas, o quanto ela modificou seus corações. Tendo visto todo o carinho que Poliana recebeu, sua tia entende a real felicidade e Poliana que estava tão triste se alegra novamente.
O jogo consiste em nos alegrarmos com tudo, se quebrou uma perna alegre-se porque tem a outra, seja qual for o seu problema procure algo porque se alegrar, o sol brilhando e aquecendo o dia, a chuva que molha as plantas e a terra para fazer florescer, o sorriso de uma criança, um abraço amigo, uma palavra de carinho, pessoas que te rodeiam...em tudo você pode se pode tirar pequenas coisas para que possamos nos alegrar e agradecer a Deus por tudo que passamos.
Tente! Quando se sentir triste procure algo pra que possa se alegrar ou alegrar alguém, diga bom dia as pessoas na rua, sorria...isso faz um bem muito grande. Pra você pode não ser grande coisa mas pra quem recebe é muito bom, pode deixar alguém feliz com um simples bom dia.
Procure o que as pessoas tem de bom, de belo e encontrarás tudo isso e quem sabe pode lhe ser retribuído o que foi dado e se não for não fique triste porque alguém vai saber valorizar o seu sorriso, o seu olhar carinhoso...seja feliz!